Um acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas foi alcançado
nessa quarta-feira (15), marcando o início de um processo que pode resultar na
libertação de todos os reféns da Faixa de Gaza e na retirada das forças
militares israelenses.

Este acordo, que ainda precisa ser aprovado pelo gabinete e
legislativo israelense, interrompe temporariamente os combates no território
palestino pela primeira vez desde novembro de 2023.

O plano proposto é dividido em três fases:

FASE 1  

Na primeira fase, a guerra será suspensa por 42 dias, com a
libertação gradual de 33 reféns israelenses em troca de centenas de palestinos
presos por Israel.

No primeiro dia do cessar-fogo, previsto para domingo, o
Hamas libertará três reféns, seguido por mais quatro no sétimo dia. Durante
este período inicial de seis semanas, haverá liberações semanais.

Israel libertará 30 mulheres, crianças e idosos palestinos
para cada refém civil libertado de Gaza. Para cada soldado israelense feminino
libertado, Israel entregará 50 prisioneiros palestinos, incluindo 30 com
sentenças de prisão perpétua.

Em troca dos corpos devolvidos a Israel, todas as mulheres e
crianças palestinas detidas desde o início da guerra em outubro de 2023 serão
libertadas.

As forças israelenses recuarão para uma zona de buffer em
Gaza, permitindo que palestinos deslocados retornem a suas casas. Cerca de 600
caminhões de ajuda humanitária entrarão em Gaza diariamente durante o
cessar-fogo.

FASE 2  

A segunda fase, se acordada, prevê a libertação de todos os
reféns restantes e a retirada completa de Israel de Gaza.

No entanto, alcançar este passo pode ser desafiador, pois
Israel insiste na eliminação do poder militar e político do Hamas antes de uma
retirada total.

FASE 3  

A terceira fase envolve a troca dos corpos dos reféns
restantes por um plano de reconstrução de 3 a 5 anos para o território
palestino, sob supervisão internacional.

O presidente eleito Donald Trump comemorou o cessar-fogo. “Este
acordo de cessar-fogo épico só poderia ter acontecido como resultado da nossa vitória
histórica em novembro, pois sinalizou para o mundo inteiro que minha administração
buscaria a paz e negociaria acordos para garantir a segurança de todos os
americanos e nossos Aliados”, escreveu Trump no Truth Social.

Trump, que havia alertado que haveria um "inferno a
pagar" se um acordo não fosse alcançado antes de sua posse na próxima
semana, também nomeou seu enviado especial para o Oriente Médio, Steve
Witkoff, para monitorar a situação em Gaza e garantir que ela não ameace mais
Israel novamente. 

Autoridades dizem que Witkoff, que estava em Jerusalém e
Doha, no Catar, foi fundamental para pressionar Netanyahu a aceitar o acordo de
cessar-fogo.

Thiago Guerreiro – Conectv Atlanta